Rúbrica Queen B Gala 9

Caríssimos leitores,

Eis que a “competição” está a apertar. Sobram só 3 concorrentes, 3 daqueles que são considerados os mais fortes. Não eram no início os meus favoritos ao top 3, mas agora seriam com toda a segurança. O Filipe e o Carlos são considerados dos mais fortes desde o início (os dois foram eleitos no top5 do público na primeira gala), mas a Diana engoliu-os aos dois de mansinho (veja-se o número de fãs no facebook) e em vez de se revelar logo ao início foi destapando o pano aos poucos e revelou-se uma bela surpresa.

Com tão poucos concorrentes chega a altura da “campanha” de apelo ao voto. Para nós, público, toda esta “campanha” deve fazer-se seguir do devido momento de reflexão. É para nós altura de pensar em quem queremos levar à final; pensar em quem queremos levar a Londres.

O nervosismo era evidente em alguns deles. Por exemplo, eu olhava para o Filipe e só pensava, “Ai que vai dar uma síncope ao rapaz!”. Temos realmente que admitir que a coisa começa a ficar muito séria e todos eles já começam a sentir a dificuldade e esta gala foi um tudo-por-tudo.

Filipe Pinto – até o Filipe, mais modesto e tímido no que toca a propagandas, e o menos estratégico (chamem-me inocente, mas tal como acreditava na genuinidade da Solange acredito na genuinidade do Filipe e não acho de forma alguma que o seu primeiro casting tenha sido uma forma de promoção, e acredito que ele seja realmente tímido e contido), já se apercebeu que tem que começar a fazer pela vida. Talvez por isso foi até ao seu clube de fãs do facebook (que não é administrado pelo próprio embora ele agora seja um dos administradores) agradecer brevemente àqueles que o têm apoiado. Quanto à primeira prestação do Filipe, lá pintaram os olhos ao rapaz outra vez: não gosto nada. A sua actuação foi crescendo. No início do tema não o achei muito confortável, e não gostei do seu timbre mas à medida que se avançava para o bridge e para o refrão o Filipe tornou-se mais capaz de fazer as suas belas modulações vocais e arrancar suspiros das meninas da plateia com uma expressão não verbal também algo mais caprichada do que o costume. Segunda prestação e foi a melhor prestação que eu já vi em todo o programa do Ídolos. Arrepiei-me completamente e sinto-me verdadeiramente incapaz de traduzir em palavras aquilo a que assisti. Gostei de o ver com menos nuvens na cabeça e a afirmar seguro no fim desta actuação que esperava continuar. Terceira actuação e oops, o Filipe não sabia muito bem onde pôr a mão que não segurava o microfone. No entanto soube muito bem onde pôr a voz e o espírito e entregou-se completamente ao público. Gostei mais da versão dele (com um toquezinho do próprio bem marcado) do que da própria versão excelente dos Oasis. Na minha opinião, sim, são quase os super-poderes que o Pedro lhe atribuía nas primeiras galas (juro que escrevi isto antes do Pedro os voltar a referir).

Diana Piedade – a Diana é a grande estratega em jogo neste momento, e a que começou a fazer a campanha mais cedo: manda beijinhos em directo para múltiplos locais em Portugal (e no estrangeiro também se for preciso) e foi a primeira a anunciar em directo o facebook que a própria gere e no qual vai participando com alguma regularidade. Foi impressionante como depois do agradecimento aos fãs do facebook de uns modestos 3 mil e tal fãs passou para 40 mil e tal. Número que o Filipe e o Carlos juntos, tantas vezes apontados como os dois finalistas desta edição, juntos não conseguem atingir. É caso para dizer: a Diana papou-os. No entanto, temos que considerar sempre que a população do facebook é apenas parte da população que vota e vê os Ídolos e mesmo perante esta avassaladora vantagem facebookiana podem surgir surpresas, porque aparentemente mais de 1 milhão de pessoas estão coladas ao televisor a cada gala. Também, acerca desta candidata confesso que todo o movimento “Vamos pôr uma mulher a ganhar o Ídolos!” anda a prejudicar a minha apreciação da sua inegável qualidade. Sou mulher e muito orgulhosa disso e não preciso que uma mulher ganhe o Ídolos para resolver questões de identidade ou de força de género. Se um homem for melhor, qual é o problema de um homem ganhar o Ídolos? É preciso que uma mulher ganhe o Ídolos para que as mulheres se sintam valorizadas? Não creio. Sinto-me mulher o suficiente por poder votar em quem quiser (seja mulher ou homem), quantas vezes o desejar. Acredito que as mulheres saibam reconhecer as qualidades umas às outras (ou ingenuamente falo por mim) e quando têm qualidade as mulheres conseguem vencer sem ser com o apelo ao género (caso da O.T. onde existiram três vencedoras e da Família Superstar onde foram eleitas também duas vencedoras). Acho ridículo e tinha de manifestar o meu desagrado perante este movimento que trata as mulheres como “aves raras” que “coitadinhas não se sabem valorizar, por isso por favor valorizem-se” (foi quase este o discurso do júri na gala passada). Polémicas à parte, na primeira actuação da Diana assistimos a um belo jogo de sombras, belo vestido, bela meiguice e belo dramatismo. Música bem sentida e música bem interpretada. Muito segura e plácida. Fora da interpretação, a Diana é inteligente – aproveita para mandar beijinhos para os imigrantes e apontar subtilmente o dedo ao Filipe “foste um mau, escolheste esta armadilha para mim”. Não tenho apreciado a atitude, confesso. Segunda prestação. Muito soul, boa coreografia e envolvimento da Diana. No entanto não consegui descobrir nesta prestação a personalidade forte da Diana que gostaria. Não vi a Diana a brilhar tanto como o tema prometeria e só me lembrava e ouvia ao mesmo tempo uma interpretação muito semelhante à que a Diana fez, mas que foi feita pela Beyoncé em homenagem a essa grande Diva – Tina Turner. No clássico dos Rolling Stones a Diana finalmente trouxe a personalidade dela e mais poder à interpretação. Estava ainda assim à espera de uma bela rockada mais agressiva e bem ao seu estilo.

Carlos Costa – na corda bamba a semana passada, aquele que tem menos fãs no facebook (embora muitos no hi5) e no site oficial do Ídolos e aquele que seria menos votado de acordo com as sondagens disponibilizadas neste blog. Por todos estes motivos aparentemente seria o Carlos que não fará parte do duo final (e realmente foi ele que saiu). O próprio parecia consciente desta realidade e tem apelado em força ao voto nos diversos meios através dos quais também vai fazendo campanha junto dos fãs. Na primeira actuação o Carlos interpretou um tema, que segundo as más línguas foi escolhido pelo próprio. Pelo que referiu no programa não parece. O certo é que esteve muito confortável no tema, estava feliz e solto e eu apreciei bastante. Senti o Carlos menos cansado e mais entregue, como diria a Roberta. Senti como se ele estivesse verdadeiramente a apelar “Pessoal, eu quero mesmo isto. Olhem para mim, estou mesmo em casa aqui.”. Segunda prestação e lá o tivemos, Carlos em todo o seu estilo pop-star a deixar pele em palco! Levou esta gala mesmo a sério e penso que nesta segunda interpretação deu um passo de gigante. Considerei esta sua segunda interpretação melhor do que a segunda interpretação da Diana. Muito ritmo, muito power (expressão frequentemente usada pelo próprio) e muita pujança (como nós dizemos cá no Porto). Terceira actuação e a grande balada do Carlos. Exigia pôr lá sentimento, coisa que sempre acusei não conseguir reparar muito no Carlos, mas desta vez senti que conseguiu interpretar este tema com toda a intensidade que pedia, fazendo com que algum sentimento chegasse até cá. Redimiu-se na minha opinião de uma gala mais fraca que fez na semana passada.

P.S. 1  Antes do Ídolos começar as linhas já estavam abertas. Fiz a experiência. É costume?

P.S. 2  Afinal realmente só vamos conhecer o novo Ídolo no dia 14 de Fevereiro (que romântico).

P.S. 3  Porque é que só o Carlos e a Diana estavam de mão dada no final? Eles são ou não são um grupo fixolas e unido?

P.S. 4  Belíssimos finalistas.