Rúbrica Queen B Gala 8

Presadíssimos leitores,

Cá estou eu para a 8ª rubrica. Temos que admitir que já é carga! Alguns de vocês provavelmente já me conhecem de ginjeira, já conseguem prever algumas das minhas opiniões, já acham que elas perderam a graça, nem que seja porque simplesmente já são um habitué que, no ponto actual da situação Idolomaníaca, pouco traz de novo. Outros, apesar de tudo, acomodam-se à casa, sentem-se confortáveis e vão continuando a ler-me. Obrigada a esses! Esta introdução vem a propósito do que eu sinto em relação aos concorrentes. Estamos numa fase em que, embora existam sempre pequenas surpresas em cada gala, sinto que pouco pode mudar (a não ser que os votos o ditem, porque esses eu acho que podem ser sempre surpreendentes e por eles não ponho as mãos no fogo). De qualquer forma, eu já defini quem, de acordo com o percurso e mérito desde o início do programa deviam ser os três finalistas, independentemente daqueles que eu gostava que fossem os finalistas. Por ordem alfabética para mim eles seriam o Carlos, a Diana e o Filipe. Quanto à Inês e à Solange, já sabem o que eu penso… A Inês prometeu ser uma bomba, mas foi-se esperando e a bomba nunca chegou a estoirar. A Solange, estoirou na fase de castings quando a solo ao piano, mas a partir daí temos-lhe perdido o rasto. Ainda assim, quer em relação à Solange, quer em relação à Inês eu digo, mais uns anitos e elas estão fantásticas!


Hoje, uma gala toda em inglês. Antes de começar a gala já cá estava a magicar: quem é que hoje vai reclamar. O Boucherie ou o Manuel Moura dos Santos? Nenhum reclamou. 1 ponto para cada um deles, 0 para mim.


Outra questão é que sinceramente acho que a minha memória já não anda a 100%. Eu era capaz de jurar que nas edições anteriores do Ídolos o júri escolhia os temas mais vezes. Agora só vai ter direito a escolher uma vez? E a última, já sabem que afinal o Ídolos aparentemente só acaba dia 14 de Fevereiro, sendo o dia 7 de Fevereiro dedicado a uma espécie de best of? Sinceramente, por muito que adore Ídolos, não sei se concordo com esta manobra a favor das audiências. Façam este best of depois, agora estar a adiar a final, não gosto…


Antes de falar dos candidatos, também não posso deixar de referir o início desta 8ª gala! Que coisa mais fofa, eu como mulher piegas que sou derreti: a companhia das criancinhas, as fotos dos concorrentes quando eram eles próprios criancinhas, foi um luxo! Uma entrada docíssima.


Solange Hilário – salva na semana passada, a Solange hoje tinha que agradecer ao júri (não tanto ao público porque o público lhe disse adeus e até à próxima) e fazer a festa! Esperava vê-la descontraída e a fazer o que não fez durante muitas galas, segundo a própria por ser engolida pelos nervos. Eu cá, que sou humana e também sofro com os chamados nervos de quando em quando, compreendo, mas quem quer ser um ídolo tem que saber engoli-los em vez de se deixar engolir  A primeira actuação da Solange foi uma verdadeira montanha russa, teve momentos muito bons e momentos muito maus. Achei que mais uma vez não conseguiu dominar os nervos: no início do tema a voz estava muito trémula e tanto parecia muito segura do que estava a fazer, como não saber bem o que estava a fazer. Feitas as contas, a verdade é que ela tem os ingredientes todos, todinhos lá (look, voz, presença), mas precisa de apurar a receita, de aprender a fazer um melhor uso das suas potencialidades. Concorrentes com menos potencialidade acabam por conseguir fazer melhor. Acredito que com o tempo, que crescendo mais um bocadinho ela seja um estoiro! Na segunda prestação considero que a Solange esteve melhor, menos nervosa talvez, melhor em termos vocais e mais senhora do palco. No palco ela torna-se uma mulher, mas lá dá os tropeções de gaiata que o Manuel falava.


Filipe Pinto – o Filipe pode não ser, ao contrário do Carlos o da pinta pop, o diferenciado, o inovador, mas no entanto, transmite-me (sentindo ele ou não o que canta) muito mais sentimento quando canta. Transmite-me vontade de ouvir as músicas de novo depois do programa acabar. É verdade que desde o primeiro casting arrecadou uns ¾ dos apoiantes que tem hoje, e eu sei que tem olhos azuis Ana Catarina (convém sempre referir os meus grandes e inspiradores comentadores!), mas para mim ele ter olhos azuis, verdes ou cor-de-rosa é absolutamente indiferente e se isso realmente pode fazer diferença para algumas meninas platonicamente apaixonadas que certamente não se importam de estoirar o saldo do telemóvel a votar nele, acredito que muita gente vota nele pela qualidade. A maior parte dos meus amigos (machos) têm o Filipe como favorito e votam nele. O que é que os faz votar? Os olhos azuis? O ar tímido? Não me parece. Tal como não me parece que seja o “tudo no sítio” que garante os comentários do júri. A verdade é que ele foi estrondoso desde o início, e não assistimos durante as galas a um grande crescimento, mas será que lhe é possível crescer muito mais? A verdade é que não tem sido mau, que não tem desiludido (excepção feita às prestações da gala passada que não apreciei tanto). Rumando às prestações, nos ensaios ele esteve a treinar para não ter as mãos nos bolsos, viram? A nova técnica/pose chama-se (música de suspense) mãos atrás do pescoço! Ou não? Esperemos que não ;) Primeira actuação e o Filipe parte a loiça toda, não tinha as mãos atrás do pescoço e até deu um valente salto que levou o público ao rubro! Porém, nos entretantos, a afinação não esteve nos melhores dias (o Laurent não se queixou, ouvi mal?). Segunda prestação e finalmente, dão a guitarra ao Filipe! No entanto, para ser como devia ser, achei que deveria ter sido só ele e a guitarra: tu cá, tu lá. Mas também se estivesse só com a guitarra eu ia criticar que esteve apagado (sim, às vezes eu também vivo com a nuvem em cima da cabeça).


Inês Laranjeira – no início do programa eu pensava, a Inês continua a ser a mais popular no site oficial do Ídolos, será que é hoje que este número aparentemente enorme de fãs se manifesta e ela será salva? Também, a primeira actuação da Inês foi certamente nesta gala uma das mais populares mesmo antes de começar, mas não pela própria Inês. Já sabem do que eu estou a falar, certo? O vestido curto da Claúdia Vieira enquanto entrevistava os pais da Inês denunciou a sua cuequinha, fazendo deste momento um momento alto! Ai, ai… Não havia necessidade ;) Na sua primeira prestação a Inês foi: doce, soul, swing, maturidade e serenidade. São estas as palavras que caracterizam a primeira prestação da Inês na minha opinião e também a palavra “heart”. A Inês pronunciava “heart” de uma forma gira, repararam? Foi a prestação onde a achei mais madura e esqueci os 16 anos dela. Segunda prestação, a Inês começou muito bem, adorei, voltei a descobrir-lhe aquela personalidade incomparável, teve uma quebra a meio do tema, mas no final foi super criativa jogando e envolvendo no seu jogo público e júri. Aqui não me esqueci dos 16 anos dela, mas gostei de não me esquecer, porque o mais importante é que não me esqueci dela enquanto artista e enquanto personalidade: aquela é a Inês e apesar das despedidas serem tristes foi uma despedida em grande estilo.


Diana Piedade – a Diana é a concorrente que foi conquistando o seu público aos poucos. Na fase dos castings e mesmo no início das galas eram poucos os que torciam por ela, ou pelo menos, eram poucos os que se manifestavam por ela. Se se recordam ela não pertenceu ao top5 eleito pelo público. Eu confesso que a achei uma rockeira de nariz empinado e muito pouco afável. Hoje, nota-se que é uma figura muito querida entre os colegas. Agora, o mérito tem sido recompensado. Na sua primeira prestação a Diana demonstrou mais uma vez uma elevada qualidade, com muito swing e soul (outro estilo em que encaixa muito bem para além do rock). Segunda prestação e considero que a Diana está definitivamente noutro nível, é a candidata mais madura e talvez com um maior sentido de musicalidade e espectáculo. Faz sempre uma adaptação das músicas fantástica e muito pessoal, não sei se mérito dela ou da banda, mas de qualquer forma é de sublinhar. Foi também a gala em que a Diana esteve mais feminina, mais sexy e arrojada. É de destacar pois a capacidade de explorar novas facetas também é algo que se quer num Ídolo! Só lhe aponto um leve ressentimento que ela parece ter em relação ao Manuel. Provavelmente ela terá os seus motivos, motivos com os quais eu nem ninguém tem nada a ver, mas a verdade é que o senhor tem sido muito correcto e até bastante laudatório com ela.


Carlos Costa – o Carlos é o rapaz da pinta pop, o diferenciado, o inovador, o criativo, aquele que tem qualquer coisa a que não estamos habituados (roubei estas palavras de um comentário da Teresa, perdoas-me Teresa?), aquele que vai ganhar porque é da Madeira (concordo que isto pese um bocadinho, mas se ele não fosse minimamente bom, certamente que já tinha sido corrido), aquele que tem potencial para uma carreira internacional. Aqui, concordo inteiramente porque acho que o Carlos é bom, mas o perfil dele não encaixa no panorama musical do nosso país, acho que internacionalmente poderá funcionar muito melhor. Estando ele tão empenhado nisto (já todos percebemos como a música é a vida dele) e é mesmo o que quer fazer profissionalmente, o miúdo deveria abrir portas e zarpar, quer seja o programa a permitir-lhe isto, quer não seja. Cá, eu não duvido que peguem nele, mas também não duvido que cá fique com um estilo muito pimba (e não com um estilo das estrelas internacionais que tem interpretado). Também temo que a SIC pegue nele para ser a próxima estrela de uma novela (como fizeram com a Luciana Abreu), e se torne numa espécie de um Floribella no masculino, por isso, se eu fosse o Carlos, desandava! A não ser que ele goste…


Hoje, não gostei assim tanto de o ver em palco quanto é costume. É dos concorrentes que conforme já afirmei mais me atrai visualmente pelo espectáculo que dá em palco, mas acho que esteve apagadote e mesmo durante a actuação penso que embora a qualidade não se conteste foi das prestações em que o achei mais ofuscado. Se estivesse só a pensar nesta actuação não o considerava um dos candidatos do top3. O rapaz parecia estar emocionado no fim da música e tal, mas para cá mais uma vez não passou nada. Na segunda actuação, o Carlos chegou com o potencial todo, inclusive não esqueceu o colete de forças! Sinceramente a meio da actuação já não me parecia enfiado num colete de forças, mas enfiado num colete salva vidas. Não achei grande piada ao look e este até me distraiu relativamente à sua prestação (estava sempre a pensar, “Afinal para que é que serve esta coisa? Ele vai sacar dali um pára-quedas e atirar-se lá de cima daquela varandinha ao terminar a actuação?” Enfim, filmes a mais!), mas em termos vocais e de presença de palco foi bem melhor. Finalmente, a semana passada arrasei o Carlos mas desta vez tenho que louvá-lo, quando comentou em relação ao Filipe: “Nós somos tão diferentes que nem sequer podemos ser considerados rivais”. Foi bonito!


P.S. 1  Achei que esta foi das melhores galas no geral.


P.S. 2  Comecei a minha rubrica falando em “carga”, mas hoje o dono da carga foi dispensado…