Rúbrica Queen B Gala 4

Caros Idolianos,

Não poderia começar esta rubrica sem uma palavrinha a todos os que me têm lido. Muito obrigada a todos os que têm comentado, quer seja a elogiar e a corroborar o que eu tenho dito, quer seja a criticar. Têm contribuído para que eu veja as coisas de outros ângulos e têm enriquecido a partilha e discussão! No entanto reforço que com esta rubrica eu não tento impingir opiniões ou vender opiniões. Esta é só, simplesmente só, a minha opinião, baseada naquilo que eu própria penso e também na generalidade das opiniões que eu (sempre atenta) vou escutando acerca dos candidatos. Vocês têm a vossa opinião e é essa mesma opinião que eu gosto de ver nos comentários à minha rubrica, mas estejam conscientes de que vocês também têm as vossas próprias lentes. Talvez gostem tanto de um candidato que a vossa leitura em relação a ele já é enviesada: se critico uma unha, estou a criticar a pessoa por inteiro! Aproveito também para esclarecer, em meu nome, de todos os outros júris certamente, e em nome do Samuel, a propósito de alguns comentários deixados neste blog, que os resultados das avaliações feitas pelo júri on-line nunca são feitos por uma só pessoa, mas sim são uma média das pontuações atribuídas por várias pessoas (cerca de 20 cada gala), como certamente é claro para quem acompanha o blog desde o início. Por isso, ataques pessoais neste terreno, não vale =P Depois desta breve introdução, cá vai mais uma opinião tão ou mais picante do que é costume!
 Muito bem, gala Michael Jackson. Achei que seria uma prova gigante para alguns concorrentes e uma praia para outros. Foi também a primeira vez em que achei que a Claúdia Vieira não estava vestida da forma mais adequada, aquele vestido – ai quase que é só um top! – não me pareceu bem para quem, como ela, está de esperanças. É ainda de comentar, o quiz-musical feito pelo Manzarra, logo ao início, ao Pedro “guru da pop” Boucherie. O senhor acertou e não parecia combinado…

Vamos ao que interessa…

Catarina Boto: A Catarina é a verdadeira surpresa do Ídolos. À primeira vista foram poucos os que gostaram dela, não porque não tivesse talento, mas porque como já coube comentar, teve pouca projecção (repararam que os elementos do famoso grupo “quem?”, que referi na primeira rubrica, já desapareceram todos?) e além disso (comentário para a polémica!), faz-se acompanhar de tiques esquisitos que não são agradáveis a todos os espectadores. Depois, muitos acabaram por se render à garra, força e voz poderosa desta candidata. Quando chega a vez da Catarina, eu já não tenho dúvidas: espero qualidade. Acontece que durante a sua actuação existiram algumas oscilações ao nível do som, que não sei se foram devidas à dificuldade de controlo do microfone enquanto se mexia, ou a um defeito que nada teve a ver com a Catarina, por isso, quanto a isto, não me pronuncio, o certo é que prejudicaram ligeiramente a sua prestação. A Catarina registou mais uma vez uma boa expressão corporal, ainda que de acordo com o vídeo inicial eu estivesse à espera de uma verdadeira coreografia (da parte de todos): disse a mim própria que este momento ocorreria no fim do programa, depois de todas as actuações. Voltando à Catarina, os tiques estranhos desta vez? Sinceramente, nem os vi. Esteve muito mais espontânea e solta, tanto durante a actuação, como antes dela (no vídeo inicial) e depois dela. A música, talvez das mais difíceis da noite, foi enfrentada da melhor forma e este foi mais um desafio superado pela Catarina. Ainda que não fosse tão arrebatadora como na semana passada, deu mais uma prova de que merecia ficar no Ídolos. Cantou para o público e isso, a meu ver, começa a ser determinante nesta fase do campeonato. Não foi justa a sua saída, mas acho que daqui para a frente só vamos ter surpresas em relação às saídas. Os candidatos vão começar a ficar pela popularidade, não pela qualidade.

Salvador Sobral: Vocês sabem que eu acho piada ao Salvador, sim ao rapaz que anda sempre com o pescoço e a cabeça ligeiramente à frente do corpo, já repararam? É um tique postural que um Ídolo devia corrigir =P. Depois deste ligeiro aparte, cabe comentar que o Ídolos não se faz (ou não se devia fazer) da muita ou pouca piada que achamos que os concorrentes têm. De facto, isto não chega, e tem de se dizer que o Salvador começa a não estar à altura do actual grupo. Registou mais uma actuação onde repetiu alguns erros que se têm vindo a verificar de algumas semanas para cá e fico sempre com água na boca, depois das actuações do Salvador, à espera de mais. A verdade é que não podemos continuar à espera de quem aparentemente ainda nem começou a corrida. Tem actuações agradaveizinhas, mas e… mais? Por isso, e apesar de ser o dia do seu aniversário, pelo que era digamos chato, aborrecido que ele saísse, a verdade é que para mim era ele que saía.

Inês Laranjeira: Fiquei a saber, num vídeo disponível no site oficial, que a mãe da Inês costuma fazer-lhe as roupas que apresenta nas galas, tal como acabou por confirmar na própria gala, e… Notícia bombástica! Foi a Inês que comprou a coroa que usou na segunda gala… Eu declaradamente não gosto, mas há gostos para tudo! Relativamente à prestação de hoje, parecia que faltavam ingredientes em tudo o que era sítio: não parecia a Inês a cantar em conjunto com uma banda, mas sim, a banda por um lado e a Inês por outro, não a harmonia desejada entre os dois elementos. Ainda assim, foi das concorrentes para quem eu afigurava este desafio de cantar Michael Jackson como mais difícil. Fiquei satisfeita com a mudança de atitude da Inês que também já vinha a ser necessária, gostei de a ver com mais ritmo, mas tenho pena que não tenha tido o swing necessário. Resta comentar o pormenor dos colegas no vídeo, um detalhe precioso!

Solange Hilário: Finalmente a Solange cantou uma música que combina melhor com a idade dela. Não exigindo tanta maturidade, exigia muito balanço, muito ritmo e esse, a Solange soube dar-lho. Julgo que foi das melhores em termos de espectáculo em palco e expressão corporal, com um ritmo bem groove, como diria o Manuel. Cresceu uns pontinhos na minha consideração desde as últimas galas. Ainda assim, apesar de reconhecer que tem boa voz, nem sempre esta foi para mim agradável durante a sua actuação, parecia que em certos momentos não encontrava o tom certo, e andava ali em experiências arriscadas.

Carolina Torres: Relativamente a esta candidata, em primeiro lugar quero dizer que a Carolina tem feito um percurso limpinho. Acerta nas escolhas musicais e se inicialmente gostava dela por ter alguma piada e muito carisma, a alguma piada que lhe achava tem-se transformado em muito talento. É dos típicos casos, que mesmo não tendo as melhores ferramentas (não considero de todo que tenha das vozes mais poderosas, o que não significa que não seja das mais interessantes e agradáveis), sabe conjugá-las de um modo fenomenal. Às vezes, os concorrentes que possuem as melhores ferramentas não são mestres em conjugar ferramentas da forma como esta concorrente faz e têm patinado brutalmente e desnecessariamente. Em segundo lugar, pelas suas qualidades vocais, mas fundamentalmente pela sua personalidade e piada, entre outros aspectos que não cabe aqui mencionar, penso que será das candidatas que obterá mais lucros com a participação no Ídolos. O Boucherie, produtor da SIC, já disse que de entre todos os candidatos, a escolheria a ela para apresentar um programa de televisão. Não sei se é este o rumo que ela quer seguir, mas estando ela a formar-se em Ciências da Comunicação, este não deixa de ser, como costumam dizer, um belo tacho! Em terceiro lugar, a prestação de hoje foi uma das melhores prestações da noite para mim. E, mais uma vez, numa situação destas, uma candidata é atirada para a corda bamba. Foi injusto também. Até porque, não consegui tirar os olhos do ecrã do inicio ao fim da sua prestação e a Carolina demonstrou mais uma vez um potencial vocal (perdoo as ligeiras vezes em que desafinou) e uma musicalidade que me surpreenderam.

Diana Piedade: A Diana em palco foi mais uma vez bombástica e arrebatou merecidos elogios. Adepta do estilo de música, sentiu-se definitivamente em casa, numa festa ou num qualquer sítio confortável e transmitiu isso para quem a via! Exibiu uma vontade imensa de agarrar a música, “domar” a música, de divertir e de se divertir, e conseguiu arrastar com ela o público, do inicio ao fim da música! Também demonstrou a melhor correspondência entre a expressão corporal e a letra da música, o que é um aspecto que torna a prestação ainda mais rica. Lá por ser Michael Jackson, o pessoal não deve abanar-se e gingar, por gingar! Só não gostava dos levemente esganiçados “Uuuuhhh”. Ainda assim, foi uma actuação gigante que dá vontade de rever e rever e rever… Fiquei pronta para ir para a disco! É sem dúvida das candidatas femininas, uma das que tem um estilo mais forte e demarcado.

Filipe Pinto: Esta noite, era uma noite para este candidato suar de nervos (coloquem uma música de suspense sob pano de fundo!): ou ia ou rachava! Tudo estaria de olhos postos nele, nesta que seria a primeira vez que iria mostrar um registo totalmente diferente do habitual, ainda para mais com um tema em que tantos não davam nada por ele. Era a sua oportunidade de provar que não era só um cantor grunge. Era a sua oportunidade de mostrar que não cantava apenas as músicas das bandas mais cool, i.e., Foo Fighters, Pearl Jam, Radiohead… Era a sua oportunidade para mostrar que o “hype” e “favoritismo” que a sic desde cedo lhe atribuiu, como aqui comentaram, era justificado. E então? Então eu verifiquei um grande improvement ao nível da expressão corporal. Sorriu, explorou e reinventou-se. Enquanto via o programa só pensava que quem atirava o Filipe a crocodilos famintos ainda antes de o ouvir, provavelmente mudou de ideias durante a gala. Se não mudou, também se respeita a opinião! Desta vez, ainda que não com um tema puramente grunge, deu-lhe claramente uma marca pessoal. Não traindo o estilo dele soube encontrar-se na música: às tantas a Billie Jean assumiu claramente um toquezinho filipiano, mas quem disse que isso era mau? Para mim não assassinou uma música, simplesmente, não copiou uma música, mas retratou-a com assinatura própria, ingrediente fundamental num Ídolo.

Carlos Costa: A gala dedicada a um dos cantores que mais se distinguiu pelo movimento, foi a gala em que este concorrente, de todos, o que mais se distingue pelo movimento, esteve mais sossegado. Não digo que foi má opção. Mas nesta gala, e pensando no estilo do querido Mogli, a música que lhe atribuía directamente, para deixar o palco em brasa era a Thriller. Na verdade, ninguém a cantou, talvez por esta ser vista como um grande risco porque é provavelmente a música mais emblemática do Michael Jackson. Voltando ao Carlos, não acho que tenha sido das melhores actuações da noite, mas também não acho que tenha sido assim tão morna como o júri a catalogou. Penso apenas que estamos habituados a ver o Carlos num ritmo electrizante e como o ritmo neste tema abrandou também o Carlos, naturalmente, reduziu e abrandou. Assim, cria-se a tendência de ver esta prestação como mais dengosa, mais mole e morna, mas na verdade, com o tema que era, o rapaz não poderia dar muito mais.

A Queen B declara mais uma vez, com seriedade, que tal como já disse, alguém que não foi enviado: o Salvador.
 P.S.: Aguardava uma música conjunta no final coreografada e não houve. Foi uma gala Michael Jackson e não há dança? (Beicinho…) Mas ok, ok. Eu sei que não é o que é suposto que eles façam.